quarta-feira, 14 de julho de 2010

Descentrando o sujeito: Um ícone da História e outro da Psicologia no âmbito de uma nova formação de identidade.


Um sujeito pré-formado pelo fato social no momento histórico dos séculos antes do espectro moderno vem passando por clivagens no espaço das identidades e a História, assim como, a Psicologia tem papel relevante nessa potencialização, ou sendo mais claro, pode-se apontar dois ícones que a partir do estudo da sociedade e dos indivíduos em formação fizeram parte dessas transformações: o historiador Karl Marx e o pai da psicanálise Freud.

Antes das mudanças na esfera econômica, política e social que marcaram os séculos pré – modernos tínhamos uma sociedade com características únicas. Como aborda Hall(2002, p.27) “sujeito racional, pensante e consciente, situado no centro do conhecimento”. Isto é, sujeito que nos tempos antigos tinham razões como o mais absoluto modelo, sujeitos que nos tempos medievais tinham uma única mentalidade – modos de agir e pensar -; relacionasse com o teocentrismo – momento da história que os monoteísmos estão se fixando. Já os sujeitos nos primórdios dos tempos modernos resgataram a razão greco-romana e enrijeceram nas raízes da sapiência a concepção cartesiana – Cogito ergo sum – onde o homem só pensava porque existia ( no senso comum é habitual utilizar-se o inverso dessa máxima, isto é, só existimos porque pensamos)”no centro da mente ele colocou o sujeito individual, constituído por sua capacidade para raciocinar e pensar”(HILL, p.27).

Já em meados do século XIX o pensamento de Marx começa a deixar vulnerável o homem como sendo o único capaz de conduzir seus próprios passos, pois, o materialismo histórico-dialético colocava o sujeito como passivo às mudanças das condições que lhes são dadas, ou sendo mais enfático, pode dizer-se que os modos de produções existente na vida de cada sociedade foram originados por outras sociedades e/ou gerações anteriores – as forças produtivas e as relações de produções são literalmente dinâmicas.
Isto é, o sujeito passa a ser descentrado pelo fator coletividade, afastando dessa forma, a idéia de mudanças a partir de sujeitos isolados – um artigo de minha autoria A História e seus Olhares aborda que a dialética dilacera com a postura do individualismo a partir do momento que quebra com paradigmas e projeta o homem para uma nova vitória temporária.

Diante dessa concepção muitos vieses do pensamento moderno foram adequados e levados a projetar uma nova postura para o próprio sujeito que fica vulnerável e instável igualmente a máxima do próprio Marx quando aborda a dinâmica da frase” tudo que é sólido desmancha no ar”.
Outro ícone da construção de identidades fragmentadas é o psicanalista Sigma Freud”o termo psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e uma prática profissional”(BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001, p.70). Em aspecto amplo, não cabe dentro dessa análise a diluição da teoria, do método e da própria prática profissional, pois, o foco básico é o efeito do estudo no seu tempo. Desse modo, é de se entender que o efeito altamente relevante é na desconstrução do homem centrado, pois, ao se determinar que o inconsciente trouxesse resultados para algumas justificativas da vida em sociedade, o próprio homem fica sufocado as falsas respostas da vida prática”se fosse preciso concentrar numa só palavra a descoberta freudiana, essa palavra seria incontestavelmente inconsciente”(LAPLANCHE, 1986, p.307).

Em síntese, pode dizer-se que o grande impacto da teoria freudiana nas construções científicas, assim como,no próprio tecido social é a própria morte da Razão cartesiana.
Nossas identidades, nossa sexualidade e a estrutura de nossos desejos são formadas com base em processos psíquicos e simbólicos do inconsciente, que funciona de acordo com a uma lógica muito diferente daquela razão, arrasa o sujeito cognoscente e racional promovido de uma identidade fixa e unificada(HILL, 2002, p.36)

A análise dos teóricos da História e da Psicologia em evidência dando suporte a formação da identidade do homem contemporâneo teve o objetivo de trazer para o campo da discussão a relação entre o(s)modelo(s)da(s)identidade(s)e o impacto no tecido social no que se refere a construção das suas várias facetas culturais a formação das identidades.

Fábio Lima Freitas (Historiador-Licenciado Cesc-UEMA) e Antonio José Neto (Bacharelando em Psicologia).

3 comentários:

  1. Analisar as teorias marxista e freudiana e relacioná-las com a contrução das identidades não constitui-se numa tarefa fácil, além de um bom conhecimento histórico,faz-se necessário um conhecimento significativo do comportamento humano no campo subjetivo é claro. Texto muito bom parabéns aos dois autores.

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  2. Tentar entender o proceeso de formação da nossa identidade já é um grande passo para começarmos entender as diferenças entre os grupos sociais,famílias,os nossos pais,parentes, assim como, nós mesmos.
    Achei o texto importante para o reforço do proceeso de reconhecimento de nós mesmos.

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  3. Copérnico que começou com essa modinha de tirar as coisas do centro. Meio cansativo esse texto. Hahaha! Mas que nada, achei bacana. Freud inclusive faz uma citação falando que ele tirou o homem do centro. Enfim, não lembro literalmente agora, mas foi pretensioso como ele costuma ser. E tipo, aconselho a não postar coisas que tu pense em publicar sério algum dia. Tu sabe que nada se perde, nada se cria, tudo se copia!

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