sexta-feira, 16 de julho de 2010

Suicídio Durkheimiano

Suicídio Durkheimiano




Nasci,

Estava com frio,

Chorei!

Meus pais estavam sorrindo...



Tirei 10 em matemática,

Ganhei uma estrela do professor!



Ela saiu com o cara legal

Apaixonei-me.

Ela olhou pra mim,

Tive que ir pra casa, estava tarde...



Passei em medicina

Todos ficaram felizes.

Tinha que colocar lentes de contato!



Casei,

Tenho dois filhos,

Mas não fiz aula de violão



Amigos construídos, amor saudável...



Votei,

Sou um herói!

Estou na cozinha,

um rato aparece e faz amor com um gato

Penso,

a vida está um caos



Um tiro foi dado

E só eu morri

Enfim, estou feliz...



ANTONIO NETO

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Descentrando o sujeito: Um ícone da História e outro da Psicologia no âmbito de uma nova formação de identidade.


Um sujeito pré-formado pelo fato social no momento histórico dos séculos antes do espectro moderno vem passando por clivagens no espaço das identidades e a História, assim como, a Psicologia tem papel relevante nessa potencialização, ou sendo mais claro, pode-se apontar dois ícones que a partir do estudo da sociedade e dos indivíduos em formação fizeram parte dessas transformações: o historiador Karl Marx e o pai da psicanálise Freud.

Antes das mudanças na esfera econômica, política e social que marcaram os séculos pré – modernos tínhamos uma sociedade com características únicas. Como aborda Hall(2002, p.27) “sujeito racional, pensante e consciente, situado no centro do conhecimento”. Isto é, sujeito que nos tempos antigos tinham razões como o mais absoluto modelo, sujeitos que nos tempos medievais tinham uma única mentalidade – modos de agir e pensar -; relacionasse com o teocentrismo – momento da história que os monoteísmos estão se fixando. Já os sujeitos nos primórdios dos tempos modernos resgataram a razão greco-romana e enrijeceram nas raízes da sapiência a concepção cartesiana – Cogito ergo sum – onde o homem só pensava porque existia ( no senso comum é habitual utilizar-se o inverso dessa máxima, isto é, só existimos porque pensamos)”no centro da mente ele colocou o sujeito individual, constituído por sua capacidade para raciocinar e pensar”(HILL, p.27).

Já em meados do século XIX o pensamento de Marx começa a deixar vulnerável o homem como sendo o único capaz de conduzir seus próprios passos, pois, o materialismo histórico-dialético colocava o sujeito como passivo às mudanças das condições que lhes são dadas, ou sendo mais enfático, pode dizer-se que os modos de produções existente na vida de cada sociedade foram originados por outras sociedades e/ou gerações anteriores – as forças produtivas e as relações de produções são literalmente dinâmicas.
Isto é, o sujeito passa a ser descentrado pelo fator coletividade, afastando dessa forma, a idéia de mudanças a partir de sujeitos isolados – um artigo de minha autoria A História e seus Olhares aborda que a dialética dilacera com a postura do individualismo a partir do momento que quebra com paradigmas e projeta o homem para uma nova vitória temporária.

Diante dessa concepção muitos vieses do pensamento moderno foram adequados e levados a projetar uma nova postura para o próprio sujeito que fica vulnerável e instável igualmente a máxima do próprio Marx quando aborda a dinâmica da frase” tudo que é sólido desmancha no ar”.
Outro ícone da construção de identidades fragmentadas é o psicanalista Sigma Freud”o termo psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e uma prática profissional”(BOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001, p.70). Em aspecto amplo, não cabe dentro dessa análise a diluição da teoria, do método e da própria prática profissional, pois, o foco básico é o efeito do estudo no seu tempo. Desse modo, é de se entender que o efeito altamente relevante é na desconstrução do homem centrado, pois, ao se determinar que o inconsciente trouxesse resultados para algumas justificativas da vida em sociedade, o próprio homem fica sufocado as falsas respostas da vida prática”se fosse preciso concentrar numa só palavra a descoberta freudiana, essa palavra seria incontestavelmente inconsciente”(LAPLANCHE, 1986, p.307).

Em síntese, pode dizer-se que o grande impacto da teoria freudiana nas construções científicas, assim como,no próprio tecido social é a própria morte da Razão cartesiana.
Nossas identidades, nossa sexualidade e a estrutura de nossos desejos são formadas com base em processos psíquicos e simbólicos do inconsciente, que funciona de acordo com a uma lógica muito diferente daquela razão, arrasa o sujeito cognoscente e racional promovido de uma identidade fixa e unificada(HILL, 2002, p.36)

A análise dos teóricos da História e da Psicologia em evidência dando suporte a formação da identidade do homem contemporâneo teve o objetivo de trazer para o campo da discussão a relação entre o(s)modelo(s)da(s)identidade(s)e o impacto no tecido social no que se refere a construção das suas várias facetas culturais a formação das identidades.

Fábio Lima Freitas (Historiador-Licenciado Cesc-UEMA) e Antonio José Neto (Bacharelando em Psicologia).

sábado, 3 de julho de 2010

FILOSOFIA

O mundo me condena


E ninguém tem pena

Falando sempre mal do meu nome

Deixando de saber

Se eu vou morrer de sede

Ou se vou morrer de fome.



Mas a filosofia

Hoje me auxilia

A viver indiferente assim.

Nesta prontidão sem fim

Vou fingindo que sou rico

Para ninguém zombar de mim.



Não me incomodo

Que você me diga

Que a sociedade

É minha inimiga.

[Hoje] cantando neste mundo

Vivo escravo do meu samba

Muito embora vagabundo.



Quanto a você

Da aristocracia

Que tem dinheiro

Mas não compra alegria

Há de viver eternamente

Sendo escrava desta gente

Que cultiva hipocrisia.



Noel Rosa, 1933